É sobre alguém e é sobre carinho

Eu fiz  uma “luminária” com luz de Natal. Ela é azul. Estou criando laços com o azul. O céu a água, a luminária. Em tempos de isolamento e distanciamento, a minha mente, a minha inimiga, me engana. Fica difícil validar as minhas relações, fica difícil receber e dar afeto, e a minha mente brinca comigo. E aí uma pessoa realmente muito especial, que eu estou descobrindo. (E eu não pensei em nada hoje sobre o que escrever, então vou reviver esse texto que é sobre alguém e é sobre afeto)





Quando eu era mais novo eu tinha medo do mar

Sentir a areia que fica dentro d’água instável nos pés me enchiam de angústia.
Nunca gostei de beber água tão pouco,
Não tem cor, não tem gosto, não tem nada.

Em contrapartida sempre amei a chuva,
Principalmente quando abrigado, escutava o som da água ao longe, reconfortante
E os banhos quentes, aqueles que queimam a pele sempre foram minha fuga.

Ao ponto que cresci, e às vezes me sinto completamente afogado.
E as pessoas pra mim são como os diversos tipos de água. 
Nos diferentes estados:
Sólido, líquido ou gasoso.
Em diferentes lugares e formas: cubo de gelo dentro do peito, água de piscina, água de cachoeira, água da chuva e claro água do mar.

Talvez, por ter tido medo do mar e da sua instabilidade por tanto tempo
Passei a ter um interesse maior nas pessoas que se assemelham mais com mar
Fortes, impedosas, infinitas ao mesmo tempo finitas, avassaladoras, e até instáveis.

Sempre senti como uma aventura me entregar para pessoas-mar

Até que,
Meus pés tocaram um água de lago.
Cheia de vida, mas calma, doce, um tanto profunda, mas não do modo que assusta.
Imagino o sol lá em cima eu aqui embaixo,
Pés na água 

Um mergulho.

Eu gostaria de poder respirar embaixo d’água

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