11.04.2020
Eu vejo um gato
que não é meu
morando no telhado de casa e penso:
ele vem e volta.
O isolamento não o atinge.
Aí eu pensei em fazer um poema desses engraçadinhos sobre o gato que mora no meu telhado. Eu não o alimento, eu não cuido dele, e ele não sai do meu telhado. Como se ele fosse muito bem cuidado. Mas onde será que ele come? Talvez algum dia eu deva tentar segui-lo. Mas quando eu ia começar a escrever esse poema, vi uma notícia: Samuel menino de Barras - PI sonha em ter uma geladeira para beber água gelada.
Não faz sentido falar do gato.
Talvez não faça sentido fazer teatro.
Toda vez que eu coloco em xeque o porquê de fazer teatro, me esbarro nessa mesma questão. O que é ou será o teatro para o tanto de pessoas como Samuel, o teatro é realmente necessário como os atores e as atrizes pregam veementemente? Não sei a resposta.
Mas para mim, ao ver notícias como essa, não me da vontade de fazer teatro. Me vem à impotência, de querer transformar essa realidade, onde o sonho de um menino é beber água gelada. E aí eu choro porque, a complexidade do mundo, da humanidade que nós pensamos ser não possibilita a realização de um sonho que é beber um copo de água gelada.
Talvez seja hora de quem faz arte, de quem faz teatro, aceitar que esse fazer não é para o mundo. Eu aceito o meu egoísmo e digo: faço teatro por mim. Não saberia fazer outra coisa. É como eu fujo da realidade que me sufoca.
Alguém sonhar com algo tão simples e não poder realizar, dói o meu coração. Espero que esse vírus que se espalha pelo mundo, nos transforme em um lugar de movimentar o mundo para que crianças como o Samuel possam sonhar e realizar, e que possam sempre que quiserem abrir uma geladeira é beber um copo de água. Que o copo cheio seja uma realidade.
que não é meu
morando no telhado de casa e penso:
ele vem e volta.
O isolamento não o atinge.
Aí eu pensei em fazer um poema desses engraçadinhos sobre o gato que mora no meu telhado. Eu não o alimento, eu não cuido dele, e ele não sai do meu telhado. Como se ele fosse muito bem cuidado. Mas onde será que ele come? Talvez algum dia eu deva tentar segui-lo. Mas quando eu ia começar a escrever esse poema, vi uma notícia: Samuel menino de Barras - PI sonha em ter uma geladeira para beber água gelada.
Não faz sentido falar do gato.
Talvez não faça sentido fazer teatro.
Toda vez que eu coloco em xeque o porquê de fazer teatro, me esbarro nessa mesma questão. O que é ou será o teatro para o tanto de pessoas como Samuel, o teatro é realmente necessário como os atores e as atrizes pregam veementemente? Não sei a resposta.
Mas para mim, ao ver notícias como essa, não me da vontade de fazer teatro. Me vem à impotência, de querer transformar essa realidade, onde o sonho de um menino é beber água gelada. E aí eu choro porque, a complexidade do mundo, da humanidade que nós pensamos ser não possibilita a realização de um sonho que é beber um copo de água gelada.
Talvez seja hora de quem faz arte, de quem faz teatro, aceitar que esse fazer não é para o mundo. Eu aceito o meu egoísmo e digo: faço teatro por mim. Não saberia fazer outra coisa. É como eu fujo da realidade que me sufoca.
Alguém sonhar com algo tão simples e não poder realizar, dói o meu coração. Espero que esse vírus que se espalha pelo mundo, nos transforme em um lugar de movimentar o mundo para que crianças como o Samuel possam sonhar e realizar, e que possam sempre que quiserem abrir uma geladeira é beber um copo de água. Que o copo cheio seja uma realidade.

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